[Resenha] Clarice-se: Uma Galinha - Abril


Conto: Uma Galinha
Autora: Clarice Lispector



Oie!

Hoje é dia do Desafio Literário Clarice-se do qual eu participo. E a resenha de abril é sobre o conto Uma Galinha.

O conto ocorre em um domingo e tem-se a galinha que seria o almoço da família, só que ela foge pelos telhados e é perseguida pelo dono da casa.

Após ser resgatada, a galinha, diante de tamanha tensão, bota um ovo. Ai tudo muda, ela passa a ser o centro das atenções da casa.

Uma Galinha trata-se de um texto figurativo, um mundo representado pelas figuras da galinha, do ovo e do dono da casa.

O conto de Clarice trata da condição feminina na sociedade nos anos 60, representada pela galinha. O texto usa de expressões que caracterizam a mulher, ou seja, a mulher passiva, retraída e doméstica. Totalmente a mercê dessa sociedade que decide o seu destino. Mesmo sonhando com um outro futuro, ela é hesitante e medrosa.


Estúpida, tímida e livre. Não vitoriosa como seria um galo em fuga. Que é que havia nas suas vísceras que fazia dela um ser? A galinha é um ser. É verdade que não se poderia contar com ela para nada. Nem ela própria contava consigo, como o galo crê na sua crista. Sua única vantagem é que havia tantas galinhas que morrendo uma surgiria no mesmo instante outra tão igual como se fora a mesma.


Ainda dentro do contexto feminino da época, temos a figura do ovo, que salva a galinha de ir pra panela. Um filho prematuro, porém uma mãe já habituada à situação de maternidade. Representando o olhar da sociedade para com a mulher e o seu papel.

É incrível como Clarice nos presenteia com textos fascinantes, figurativos e muito significativos. Não posso dizer que ler as obras da autora seja uma tarefa fácil, mais do que ler, é preciso interpretar, sentir e viver Clarice.

Por isso considero a autora tão mágica!

Venha participar desse projeto e espalhar a literatura brasileira!

Até o próximo conto!




Um comentário

  1. Gosto muito do trabalho da Clarice porque ela consegue fazer umas associações tão incríveis, como ela fez nesse conto :) é muito legal imaginar que, naquela época, existiam mulheres com o pensamento tão mais avançado!

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